06
Ago 13

Este romance é de fácil leitura.

Passa-se na Inglaterra no  pré-revolução industrial e trata um pouco dos costumes e guerras que se travavam para que começasse a haver mecanização das tarefas nas fábricas, através da utilização de teares que necessitavam de menos intervenção humana.

O livro em si é de uma simplicidade extrema.

A história assenta na Menina Caroline Helstone e na Menina Shirley, sendo Caroline a sobrinha de um pastor, que ao longo da História descobre na preceptora de Shirley a sua Mãe, da qual há muito não tinha notícias.

A Menina Shirley é rica, e como tal apoia a revolução industrial e o desenvolvimento da região, ao apoiar um rapaz de origem flamenga de nome Mr. Moore. Este senhor possui também um irmão que foi  Professor de Shirley, o qual é apaixonado por ela sem que o dê a entender.

Ao longo do livro encontros e desencontros amorosos vão acontecendo entre Caroline e Shirley, com os pretendentes de ambas.

Nesta história dou especial relevo ao papel da mulher, na figura de Shirley a qual em determinadas partes se assume como uma figura masculina. Esta excentricidade, vista aos olhos da época, poderia talvez ser desculpada pela sua figura de poder. Ainda assim, é uma personagem submissa . Vê-se, também nesta história, um domínio do Professor que pode ser comparável a Villette e segundo as biografias de Charlotte Brontë  provavelmente coincidiria com o feitio masculino autoritário que atraia a autora. Neste caso uma mulher poderosa procura um homem, do ponto de vista social numa classe inferior à sua, para se submeter a ele.

Outra questão importante do livro é o papel que o amor tem na saúde física de algumas personagens, numa época em que a depressão não seria ainda uma doença do ponto de vista clínico reconhecida é contudo descrita com os  sintomas que agora são alarmantes e caracteriza-se na sua influência na saúde física, não somente no comportamento das personagens afectadas.

De todos os livros de Charlotte Bronttë, pareceu-me sem dúvida o mais leve. Não aborda a luta do proletariado como Elizabeth Gaskell ou Charles Dickens, tendo ficado muito na rama destes acontecimentos e do ponto de vista romântico estas heroínas não têm a força que se encontram nos outros romances. Apesar de ser um bom livro não encontrei nesta história o carisma que se encontra nas outras obras de Charlotte.

 

 

 

publicado por Eva Sousa às 21:53

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