17
Nov 12

 crédito da foto: Period Films&C.

 

 

Jane Eyre é possivelmente um dos livros mais adaptados da história da televisão e cinema. Contudo, não existe uma única adaptação que seja apontada pelos fãs como definitiva ou até mesmo perfeita. Todas elas contém falhas umas mais graves do que outras. Contudo, desde que estreou em 2006 esta adaptação rapidamente conquistou os fãs do livro e estabeleceu-se como uma favorita.

Produzida pela BBC e com um total de 4 episódios, esta é a adaptação que consegue duas coisas que poucas até aqui tinham conseguido: uma Jane perfeita e uma química extraordinária entre esta personagem e o Sr. Rochester. Desde esta altura que tenho acompanhado a carreira da Ruth Wilson e do Toby Stephens e nenhum deles conseguiu tanta química com outros pares que entretanto foram arranjando noutros trabalhos. Há nas cenas entre Jane e Rochester, toda uma troca de olhares, de pequenos sorrisos e uma cumplicidade que faz o espectador acreditar que eles estão apaixonados um pelo outro. Jane Eyre é uma obra que vive essencialmente de duas coisas, uma é personagem Jane e toda a sua etapa de vida desde que a conhecemos em casa da sua tia Reed e o relacionamento entre Jane e Rochester. O resto, embora tenha alguma importância apenas serve para ir alimentando o leitor ou espectador enquanto espera por uma nova cena entre Jane e Rochester.

 

Sandy Welch, responsável pela adaptação, conseguiu ser fiel à obra que Charlotte Brontë escreveu, no entanto alterou muito dos diálogos, sem no entanto fugir aquilo que é dito no original, no fundo ela acabou por modernizá-los. Outra novidade que esta adaptação tem é incluir a cena da cigana de forma alterada e fazer a cena da carruagem, coisa que não acontece em mais nenhuma adaptação. Por ter 4 episódios a série também reflecte nas diferenças entre as irmãs Reed, inimigas declaradas e nas irmãs Rivers, amigas e confidentes. A duração também permite termos uma melhor visão da família Rivers e principalmente de St. John. No entanto, falha na infância de Jane que é como na maioria das outras adaptações apressada. Saliento ainda que a adaptação consegue trazer o aspecto gótico para o ecrã e toda a desconfiança que Jane alimenta em relação a Grace Poole.

 

Falar desta adaptação não é muito fácil para mim, descobria numa pesquisa depois de ter visto a adaptação de 1943 e ter ficado encantada com a história de menina órfã e mal-amada. Na altura estava a ser emitida no Reino Unido e eu sabia que dificilmente seria emitida aqui, tal é escassez de séries deste género na nossa televisão, panorama que de resto não mudou, nem com todo o sucesso que Downton Abbey tem vindo a ter. Acabou por ser emitida dois anos depois, em 2008, quando já tinha corrido o mundo inteiro.

Até ao dia em que pude finalmente ver em dvd, devorei vídeos de algumas cenas, vídeos de música e imagens que encontrei na net. Receei que pudesse vir a estragar o visionamento, mas isso não aconteceu quando vi tudo foi amor à primeira vista e depois disso vi esta adaptação muitas vezes, com pouco espaço de tempo entre visualizações, e nunca me cansei.

 

Para terminar, deixo-vos um vídeo que promoveu na BBC esta série. Para quem não sabe o nome da música usado, é You Never Know dos Goldfrapp.

 

 
 

publicado por Vera às 15:49

12
Nov 12

Parece que a história de Cora Crawley, Condessa de Downton Abbey e esposa do Earl of Grantham, vai ter direito a uma série própria que será uma prequela de Downton Abbey, ou seja contará como Cora, uma americana rica, casou com o Duque de Grantham.

 

 

Aparentemente, esta era uma prática bastante usual no final do século XIX (1870 até final da I Grande Guerra), quando se assistiu à vinda de mulheres bonitas e ricas vindas da América para Inglaterra, em busca de um mebro da aristocracia britânica para desposar. Em troca do título aristocrático, estas mulheres ofereciam dinheiro americano, proveniente basicamente dos papás ricos e ainda herdeiros! Sim, herdeiros! Note-se que foi de uma relação destas que nasceu Winston Churchill. Essas mulheres eram as chamadas 'Dollar Princesses' e eu espero ardentemente que esse não seja o nome a ser dado a esta nova série!

 

 

O forte impacto destas mulheres na vida britânica, com uma aristocracia empobrecida devido a uma crise na agricultura, será focado certamente nesta prequela de Downton Abbey. Esta concentrar-se-á especialmente na fase de namoro do casal mas não deixará de focar esta influência das ricas herdeiras americanas.

 

 

De acordo com Melanie Stafford do American Museum in Britain em Bath:

 

'They came from a different culture and had a very different outlook on life. They were more forward than English women, who were expected to know their place and be seen and not heard. The American women were socially confident and competitive. If they had a view they’d make it known, so they could be very good company".

 

E acrescenta que:

 

"Soirees and musical evenings were held, where the women would be introduced to members of the aristocracy. It was all very hasty and this was like the speed-dating of its time, involving impoverished members of the English aristocracy and wealthy American heiresses. They were marriages of convenience, but you have to remember that there was much less emphasis on marrying for love in those days".

 

 

Julian Fellowes, o criador da série diz:

 

"I do have an idea of doing a prequel of the courtship between Robert and Cora. It is a fascinating time when the Buccaneers were coming to England and marrying (aristocrats)". E relembra que Cora estava apaixonada por Robert antes de casarem mas que ele demorou cerca de um ano a apaixonar-se por ela. Ele casou por dinheiro e sente uma certa culpa por isso.

 

Eu continuo a querer acreditar que a relação inicial de Cora e Robert nada teve a ver com isto e que sempre foi e é uma linda história de amor. Gosto muito deles e ia simplesmente adorar que esta prequela fosse mesmo avante, com a mesma qualidade e beleza de Downton Abbey. A melhor dupla de atores que vi sugerirem para o papel deste casal foi Jennifer Goodwin (que é fã de Downton Abbey) e (sossega, coração...) Michael Fassbender. Eu apoio totalmente!

 

 

 

publicado por Sandra F. às 21:37

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