19
Jul 13

 

É definitivamente um dos melhores livros que li nos últimos tempos! Definitivamente.

 

Sempre receei embrenhar-me nos livros de Charles Dickens (até hoje li apenas dois contos), apesar da curiosidade ser mais que muita. A escassez de obras traduzidas em português foi-me adiando o desejo até ter descoberto esta bonita edição da Civilização Editora. E quando lhe peguei foi com alguma descrença e a sensação de que ia deixar o livro menos que a meio.

 

Enganei-me. E ainda bem. Desde o momento em que peguei na obra, passei longas horas da madrugada agarrada a ela. É espantosa a forma como a história me prendeu e entusiasmou, desde as suas personagens à forma tão caracteristicamente Dickensiana de escrever. A história está de tal forma bem elaborada e traçada que as situações envolvem-se, desarranjam-se e tornam-se a envolver sem que o leitor suspeite por um só momento que tal situação influenciará aquela outra. E depois há aquela sinopse; quase até ao final do livro, eu perguntava-me 'mas afinal aquele Sidney Carton pouco participa na ação do livro. Porque lhe foram dar tanta importância na sinopse?'. Só lendo. Sidney Carton é sim um dos elementos mais importantes da história, aquele que deveria ser identificado como o herói romântico, como a ovelha negra que se regenera. E fica sempre aquela dúvida ligada à sua incrível parecença com Charles Darnay. Mas essa foi a única situação que Dickens não usou para tornar a sua história mais interessante; ou melhor, usou mas de outra forma bem mais tranquilizadora para o leitor. Creio que, no fundo, Dickens temeu excitar demasiado esse leitor. A história que deixou já o faz de uma forma prazerosamente excessiva.

 

As personagens, essas são maravilhosamente Dickensianas e quem conhece adaptações televisivas/cinematográficas de Dickens, sabe que o seu mundo é único e descrito de uma maneira muito própria. É muito fácil nesta obra, 'vermos' os personagens a desenvolverem a história com trejeitos e dizeres tão tipicamente dickensianos. E destaco Jerry Cruncher que é hilário ou o cantoneiro (tornado mais tarde serralheiro) que são aqueles que mais me lembram o mundo deste escritor. Depois há Miss Pross que facilmente associo a Miss Dixon de North and South da colega de Dickens, Elizabeth Gaskell.

 

Depois vem a escrita de Charles Dickens. Única e soberba. Quando li os contos (Contos de Natal e os Sinos do Ano Novo), achei que ele escrevia de uma forma por vezes cantada (especialmente no segundo conto). Aqui continuo a ver passagens onde ele faz isso, mas de uma forma tão atrativa e tão precisa na história que acabamos por nem notar. E é preciso notar, mais uma vez, a forma como ele entrelaça as situações da história, sem que o leitor se aperceba sequer para onde está a ser levado.

 

Dei cinco estrelas no Goodreads! Porque não posso dar dez. Porque não me deixam dar vinte. Porque trinta seria pouco!

 

publicado por Sandra F. às 20:16

29
Jun 13

Primeiro livro de Charles Dickens que leio, apesar de conhecer quase todos os seus livros e ambicionar lê-los todos, só que em português. E como se sabe, em português e atualmente, poucos livros dele existem traduzidos.

 

 

Ora, este eu descobri por acidente em casa dos meus pais. E tinha sido meu, naquela altura em que eu não valorizava muito os grandes clássicos ingleses. Dos 'Contos de Natal' posso dizer que gostei muito e que, apesar de ter visto algumas adaptações televisivas ou cinematográficas da história, ler o conto é muito mais entusiasmante. É belo, mesmo! E realmente percebe-se como Dickens conseguiu tornar o Natal naquilo que é hoje, uma época mágica,de alegria e união.

 

Já 'The Chimes' ou ' Os sinos de ano novo' é diferente mas igualmente belo. A linguagem utilizada é soberba, como se fosse cantada e muito, muito ativa. Dá a sensação que estamos a assistir a um musical. É realmente um texto diferente, não de todo aprazível a qualquer um, mas que nos envolve no maravilhoso espírito dickensiano.

 

E ficou, mais do que nunca, uma vontade imensa de ler mais livros de Dickens.

publicado por Sandra F. às 17:59

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