30
Mai 13

Foi com algum receio que comecei a leitura deste livro. Já tinha visto uma das adaptações ( a do Ralph Fiennes e da Juliette Binoche) e até tinha gostado, mas já se sabe que as adaptações raramente fazem justiça aos livros e no caso deste livro é dificil isso acontecer dada a sua complexidade.

As opiniões sobre o único livro que Emily Brontë escreveu dividem-se por um lado há quem ame e por outro há quem odeie.

Felizmente fiquei a pertencer ao grupo dos que amou e até percebo quem não tenha gostado. Em primeiro lugar fala-se muito do amor entre Heathcliff e Cathy e o leitor acaba por não encontrar um livro só sobre isso e imaginando ser um livro mais romântico como é Jane Eyre escrito pela irmã de Emily, Charlotte a desilusão acontece.

 

O romance está lá, mas é da criação dos personagens e nas suas motivações e atitudes que Emily Brontë joga as suas melhores cartas. O livro é bastante denso a nível psicologico, abordando temas bastante complexos como a violência doméstica ou o bullying. Na minha opinião é nos personagens e na sua complexidade que o livro ganha os seus pontos e como sou apreciadora disso, a história cativou-me. A cada um deles poderia ser objecto de estudo de um psiquiatra ou psicologo, a começar por Heathcliff e o eterno debate: será a sua maldade fruto das circunstâncias ou algo que nasceu com ele?

 

Emily parece ser uma grande conhecedora da natureza humana, o que impressiona o leitor, já que pouco ou nada viu do mundo e a sua vida foi curta e foi ainda jovem que escreveu este livro. Talvez por ser um pouco uma eremita ( segundo dizem os entendidos na sua vida) é que ela percebia tão bem os outros e os via de uma forma que passou brilhantemente para o papel.

 

Este foi o único livro que escreveu, embora com os irmãos tenha inventado histórias que os mantinha entretidos. Alguns academicos acreditam que ela tinha começado um segundo livro, mas a após a sua morte o livro foi queimado. A recepção ao Monte não foi muito boa e só a custo foi conquistando o seu lugar ao contrário de Jane Eyre que foi um êxito imediato.

 

Do livro, fica a história de Heathcliff, um rapaz orfão que é adoptado pela familia Earnshaw e que enfrenta ao chegar todas as dificuldades que alguém no seu lugar encontra ao ser adoptado. De notar que antigamente as pessoas eram, em geral, bastante más e desagradaveis para com os orfãos. Possivelmente porque os orfãos eram filhos ilegitimos ou pelo menos uma boa parte era.

Mas não é só de Heathcliff que é feito este livro, temos também Catherine Ernshaw ou Cathy que se confunde com a sua filha que tem o seu nome, Hindley, o irmão de Cathy e herdeiro do Monte dos Vendavais e a familia Linton que vive na vizinha Herdade dos Tordos. Há também Nelly, a fiel empregada que conta ao Sr. Lockwood e ao leitor a história das pessoas que vivem no Monte dos Vendavais.

 

 

 

publicado por Vera às 12:36

09
Out 12

Não fazia ideia que a televisão italiana (RAI) tinha uma versão de Wuthering Heights. Que ótima notícia!

 

Porque é que, nós portugueses, não partilhámos destes gostos o suficiente para fazermos assim umas coisas?

 

Não sei se gosto muito daquele Heathcliff apesar do olhar intenso e apesar de me parecer uma boa interpretação. A atriz que interpreta Cathy, só neste bocadinho que vi, não me parece ter garra suficiente para interpretar a selvagem Catherine Earnshaw/Linton.

 

publicado por Sandra F. às 20:56

pesquisar
 
Posts mais comentados
blogs SAPO