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Set 12
Thomas Hardy é um autor que aprecio muito, embora nunca tenha lido nenhuma obra sua. Nenhuma está traduzida para português e falta-me a coragem para me embrenhar nelas em inglês, dada a complexidade linguística muito ligada a um inglês 'antigo' e ruralizado.

 

Tenho no entanto visto algumas adaptações das suas obras para televisão. As mais conhecidas, entre muitas, figuram entre:

-Under the Greenwood Tree (1872) http://booksandmovies.blogs.sapo.pt/67143.html

-Far from a madding crowd (1874)

-Tess of the d'urbervilles (1891) http://booksandmovies.blogs.sapo.pt/8958.html

-Jude the obscure (1895)

 

 

Aqui há uns dias vi a adaptação de 1998 de Far from a madding crowd. Andava ansiosa para a ver já há algum tempo. No entanto, via pequenas partes e as imagens pareciam-se sempre tão escuras que isso me desanimava sistematicamente. Mas um dia, lá me decidi a ver. E, quando pensava que ia ver um filme com a duração normal dos filmes, 'suportei' aquilo por quase mais de três horas. Foi, todavia, um 'suportar' muito positivo, caso contrário teria deixado para outro dia. No final, queria mais! Foi uma tarde bem passada! E ficou curiosa para ler o livro. 

 

A história fala de uma mulher (Bathesba Everdene) por quem Gabriel Oak, um pastor, se apaixona e a quem pede casamento. Ela recusa pois não se descobre apaixonada por ele. Tempos depois, Bathesba fica rica ao descobrir que o seu tio lhe deixou a sua fazenda. Lá, começa uma nova vida, tentando provar aos seus empregados que, apesar de mulher, é capaz de administrar a fazenda. Entre os empregados surge Gabriel que, depois de perder a sua propriedade, vagueia sem emprego ou residência. Ela acaba por contratá-lo depois de ele evitar um incêndio grave num dos seus celeiros. 
Bathesba e Gabriel
 
Gabriel continua apaixonado por ela. Mas não se atreve a avançar novamente porque ele agora é um simples empregado e ela a sua patroa. Isto apesar de Bathesba ser daquelas patroas que não tem medo de sujar as mãos juntamente com os seus subalternos e, por isso mesmo, começa a ser admirada por todos. Com o decorrer da história aparece William Boldwood, um proprietário rico e solteiro, porém muito mais velho que ela, que por uma brincadeira no Dia dos Namorados acaba enamorado de Batsheba. Acaba também por pedi-la em casamento mas ela recusa, insegura mais por causa da idade dele. Pelo meio, temos ainda o sargento Francis Troy, um atraente soldado que regressa a casa e seduz Bathesba, com quem acaba por casar. Troy apesar de parecer um conquistador insensível que chega a destratar psicologicamente Bathesba, tem no entanto uma história desconhecida bonita e que vai terminar de forma trágica. Bathesba age honestamente e de acordo com a sua personalidade doce até ao fim, mesmo depois de ter sofrido às mãos do marido e das repercussões do seu passado.
 
Entre mais um ou outro pequeno pormenor importante, esta é mais ou menos a história de Far From a Madding Crowd. O que achei mais interessante foi o facto de Gabriel Oak assistir a todas estas vivências de Bathesba sempre na sombra, aconselhando-a ou repreendendo-a quando possível, e assistindo à sua fúria quando ela não estava de acordo com as ideias dele sobre o que se passava na sua vida. Claro que no fim, vence o amor... depois de algumas tragédias. Ficou-me no entanto uma questão à qual provavelmente só obterei resposta se ler o livro: teria Batsheba repudiado Gabriel por ele ser de uma condição social inferior ou apenas porque não aceitava o seu amor tão devoto e fiel?
 
Esta versão de 1998 é bonita apesar de não ter uma qualidade de imagem muito boa. Conta com as participações de Paloma Baeza (Batsheba Everdeen), Nathaniel Parker (Gabriel Oaks), Jonathan Firth (Francis Troy) e  Nigel Terry (William Boldwood). Há ainda uma versão de 1967 com a Julie Christie que não vi mas que dizem inferior a esta de 1998, apesar de ter estado nomeada para um óscar e outros prémios. 
 
Deixo um vídeo (com direito a música) que mostra algumas das cenas entre Bathesba e Gabriel.
 
   
publicado por Sandra F. às 19:35

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